LETRA

Querem o talento dos pretos, mas não nos querem no comando

Buia Kalunga:

Tamu de mal com o mundo, segundo Malcolm X
chega de levar chumbo, preparem os fuzis
Na mente eu tramo tudo, no pente os conteúdo
disparo contra os puto de olhos azuis anis

E o que me diz...de pendurar uns white no alto das árvores
do mesmo jeito que fizeram no passado bárbaro e sem dó
pura vingança, imagina só, essa matança, imagina só
pretos no topo do topo, quebrando cada pescoço
perdeu racista, clama...misericórdia...

Só que nóiz tá ligado...que eles esperam a reação
do ódio provocado, querem me ver trancado
sem nunca ter estudado, sem rima e sem chance
de tomar a vaga do filho dele, no emprego e na porra do mestrado

Ri, pode rir... enquanto isso eu to no corre
não vivo de brisa, escuta aqui:
quantos pobres se fodem pra que os boys possam curtira a sua brisa
Vim para roubar a sua brisa. Tempestade, porra de brisa
Vim pra te lembrar que sem os pretos você não é nada
e não teria nem o chão que você pisa

Refrão: Querem o talento dos pretos, mas não nos querem no comando

Marc Jay:

Não vivo de brisa, loucura é minha rima
To pronto pra disparar
Vai desacredita, fica na mira
Que no porta mala tem pa
Barata nóiz pisa, rap nóiz trafica
pique Pablo Escobar
Eu sei que incomoda, pretos de bombeta
Prestando vestibular

Sua cota já deu, preconceito é seu
E eu vim aqui pra cobrar
Tudo aquilo que é meu, empacota que é meu
O plebeu aqui vai levar

Uns falam em game, outros falam em grana
Eu falo em globalizar
O amor e o respeito que o seu preconceito insiste em sufocar

Chove casca de banana da arquibancada
Só mais uma bala perdida da arma do guarda
Em algum lugar nesse momento tem bomba e fumaça
A  nossa luta é notória nunca foi de graça

Mundão desigual que nos fez assim
Nesse labirinto mudo o meu fim
Não tem brisa (nós é chave)
Sem brisa (dichava)

Dissipando a fumaça
Tamo ligado quem constrói a farsa
Na contramão o lado negro ataca

E segue a vida, altera o jogo
Muda a sina, toca fogo
da o troco e espalha as cartas